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Memória
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A Legião Negra na Revolução Constitucionalista
No dia 13 de agosto de 1932, em plena Revolução Constitucionalista,
o então governador do Estado de São Paulo, Pedro de Toledo, visitou
a sede da Legião Negra, localizada na Chácara do Carvalho, na Barra
Funda. O quartel na região central da Capital reunia um batalhão
formado apenas por negros e a ida de Toledo, chefe civil dos
revoltosos, demonstrava a importância e a participação ativa que a
Legião teve na Revolução de 1932. Em celebração ao Mês da
Consciência Negra, a Fundação Energia e Saneamento apresenta
imagens de seu acervo que registram este e outros episódios da
guerra civil e que salientam a presença do negro no evento e
elementos simbólicos que contribuíram para a formação da identidade
paulista.
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O governador de São Paulo e chefe civil dos constitucionalistas,
Pedro de Toledo, passa em revista as tropas da Legião Negra
na Chácara do Carvalho. 1932
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Os "Pérolas Negras"
Fundada em 1931, na Capital, a Frente Negra Brasileira (FNB) foi
uma das entidades mais representativas do movimento negro no
período e, com o estopim da Revolução Constitucionalista, optou
pela neutralidade. Uma dissidência da FNB, a Legião Negra (LN) foi
criada em 15 de julho, seis dias após o início do conflito, pelo
advogado baiano Joaquim Guaraná Santana. Treinada militarmente pelo
capitão Gastão Goulart, estima-se que a LN chegou a enviar cerca de
2 mil homens à guerra.
Algumas de suas unidades eram nomeadas em alusão a personagens de
destaque da comunidade negra, como Henrique Dias e o Conselheiro
Rebouças. Fato curioso é a participação de negras na guerra; além
de enfermeiras, há o relato da presença de cinco mulheres entre as
companhias de fuzileiros da Legião, entre elas a "Maria Soldado",
que se tornaria um dos símbolos da luta constitucionalista.
Além dos batalhões da LN, vários membros da Frente Negra
Brasileira no interior do Estado se alistaram como voluntários em
diversas unidades formadas pelas cidades paulistas. Entre os cerca
de 40 mil soldados revoltosos, estima-se que um quarto do exército
constitucionalista era formado por negros. Apesar de registrada nos
jornais da época como brava e heroica, nem só de glórias viveu a
Legião Negra: o historiador Petrônio José Domingues aponta
evidências de que seus batalhões foram enviados, em diversas
ocasiões, como linha de frente nos conflitos, o que levanta uma
discussão sobre a real incorporação do negro no ideário
constitucionalista e, mais a fundo, em uma sociedade que ainda
convivia com movimentos comumente aceitos como o eugenista. Ao
final da guerra, dos 26 constitucionalistas negros mortos, quatro
pertenciam à Legião Negra.
Para saber mais, leia o artigo "Os 'Pérolas Negras': a participação
do negro na revolução constitucionalista de 1932", de Petrônio José
Domingues.
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"Na saída, foi o Sr. Pedro de Toledo saudado, em palavras
vibrantes, pelo tenente Guaraná de Sant'Anna. O governador do
Estado respondeu agradecendo,
e salientando o papel da raça negra no movimento que empolga
todos
os patriotas brasileiros".
Jornal A Gazeta, São Paulo, 14/8/1932
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Pedro de Toledo posa ao lado dos oficiais e soldados da Legião
Negra nas escadarias do palacete da Chácara do Carvalho, na Alameda
Barão de Limeira,
na Barra Funda. 1932
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Soldados da Legião Negra em formação na Chácara do Carvalho
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A Legião Negra contou também com um destacamento de índios. A
presença
de voluntários indígenas era uma forma do movimento demonstrar
sua
integração nacional
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O palacete da Chácara do Carvalho em 1901: antes de ser ocupado
pela LN em 1932, o casarão pertenceu a Antônio Silva Prado
(1840-1929), prefeito da Capital entre 1899 e 1910
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Embarque de voluntários (recorte). Vários membros da Frente Negra
Brasileira
no interior do Estado se alistaram em diversas unidades formadas
pelas cidades paulistas. 1932 |

Filho de uma lavadeira negra e um comerciante alemão, o
futebolista Arthur Friedenreich (da esquerda para a direita, o
primeiro da segunda fileira) alistou-se
no Batalhão Esportista. 1932
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Nota sobre a Legião Negra no Jornal das Trincheiras,
órgão oficial da Revolução Constitucionalista.
15/9/1932
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Rede Museu da Energia
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Museu da Energia de Itu celebra aniversário de 15 anos com
exposição inédita
No segundo domingo de dezembro, dia 14, o Museu da Energia de Itu
celebra seus 15 anos com a inauguração da exposição "Os ituanos e a
chegada da luz". A nova mostra apresentará o processo de
implantação da iluminação pública na cidade sob uma ótica
diferente, revelando qual foi a impressão dos próprios cidadãos de
Itu com a chegada da luz, a partir de registro em crônicas e
notícias nos extintos jornais locais do início do século
passado.
Com base no acervo da Fundação Energia e Saneamento e do Museu
Republicano Convenção de Itu, a exposição trará mapas, jornais,
fotografias e até uma área cenográfica reproduzindo a antiga
agência de atendimento da São Paulo Tramway Light and Power
Co., estabelecida em Itu, em 1927, no sobrado do Museu da
Energia.
O público também poderá fazer uma viagem ao passado conhecendo a
figura do "homem vagalume", responsável por acender os lampiões
públicos a querosene; o ambiente das festas de interior iluminadas
por mortiças e candeias; a primeira tentativa de iluminação
elétrica em Itu feita pelos irmãos Valentini em 1904; entre outras
curiosidades. Instalada no piso térreo do Museu da Energia e com
entrada gratuita, a exposição seguirá aberta por tempo
indeterminado.
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Antiga Rua do Carmo, atual Rua Barão de Itaim, no início do século
20, quando ainda contava com postes de iluminação a
querosene |
Espaço das Águas
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Memória do Saneamento - o aproveitamento múltiplo das águas do
Alto Tietê
Importante sistema de abastecimento de água da Grande São Paulo, o
Alto Tietê foi concebido de forma diferenciada. Um dos mananciais
mais novos da Região Metropolitana, tendo sua primeira etapa
inaugurada em 1992, o sistema foi projetado para o aproveitamento
múltiplo dos recursos hídricos, com ênfase no controle de
enchentes, irrigação, diluição de esgotos, lazer e, principalmente,
no abastecimento público.
Responsável por destinar água a 3,1 milhões de pessoas da Zona
Leste da Capital, além de atender os municípios de Arujá,
Itaquaquecetuba, Poá, Ferraz de Vasconcelos e Suzano, o Alto Tietê
é formado pelas águas de cabeceira deste rio, entre as cidades de
Suzano e Salesópolis. O manancial reúne diversas barragens de
regularização que abrangem, além do Tietê, os rios Paraitinga,
Biritiba, Jundiaí, Taiaçupeba-Mirim e Taiaçupeba-Açu.
O início das obras da Estação de Tratamento de Águas Taiaçupeba, a
primeira do sistema, se deu em 1988, sendo concluída em março de
1992. Além de resolver o grave déficit de abastecimento da região
leste de São Paulo, que entre as décadas de 1980 e 1990 sofria com
o rodízio de água, o manancial também permitiu auxiliar na
irrigação do cinturão verde da Região Metropolitana de São
Paulo.
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Interior da Galeria de Tubulações dos Filtros da ETA Taiaçupeba.
Foto de Odair Faria. Acervo Memória Sabesp |

Vista das obras de construção da ETA Taiaçupeba. 1988. Foto de
Odair Faria. Acervo Memória Sabesp
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Notícias
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Ecoturismo Caminhos do Mar inaugura novo centro de apoio ao
visitante
Como forma de proporcionar maior conforto e comodidade ao público,
o Parque Caminhos do Mar, gerenciado pela Fundação Energia e
Saneamento, acaba de inaugurar um novo Centro de Apoio ao
Visitante. O espaço, localizado na área de estacionamento do
equipamento turístico, em São Bernardo do Campo, consiste em uma
casa pré-fabricada, em sistema de construção mista (madeira e
alvenaria), e que conta com uma estrutura de sanitários, bebedouro,
sala de monitores, varanda e espaço para a instalação da sede
administrativa.
Para conhecer o Parque Caminhos do Mar é necessário agendar
visitas pelo telefone (013) 3372-3307 ou pelo e-mail
caminhosdomar@caminhosdomar.org.br. O Parque fica aberto de terça a
domingo, das 9 às 16 horas e conta com monitores para acompanhar os
visitantes no percurso. Informações: www.caminhosdomar.org.br.
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Parque Caminhos do Mar passa a recepcionar público no novo
Centro
de Apoio ao Visitante
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Museu da Energia de Itu realizará diversas ações educativas
em seu mês de aniversário. Foto de Caio Mattos |
Programação de férias agita Rede Museu da Energia
Durante o mês de dezembro, início das férias escolares, a Rede
Museu da Energia promove uma série de atividades voltadas ao
público infantil. As unidades de Itu, São Paulo e Salesópolis
realizarão uma programação especial que inclui ações educativas,
brincadeiras e oficinas de experimentos.
Em virtude das comemorações do aniversário de 15 anos do Museu da
Energia de Itu, a unidade preparou diversas ações educativas, entre
elas "Objetos que contam a história" e "Jogos do século 19", além
de uma oficina de experimentos voltada a fontes de energia
alternativas.
No Museu da Energia de São Paulo, com o auxílio de monitores, a
criançada poderá aprender a produzir a sua própria lâmpada caseira,
confeccionada a partir de materiais recicláveis. A atividade
acontece no dia 6 de dezembro.
Na unidade de Salesópolis, quem percorrer o roteiro que apresenta
o funcionamento da centenária Usina Hidrelétrica da cidade poderá
participar, ao final do passeio, de diversos jogos e brincadeiras
realizados ao ar livre e que incluem o sorteio de brindes. A ação
ocorre de 2 a 21 de dezembro.
Informações: www.energiaesaneamento.org.br.
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Museu da Energia de Itu realiza 4ª Feira "Arte no
Beco"
Mais de 500 pessoas prestigiaram a quarta e última edição do ano da
feira cultural "Arte no Beco", realizada no dia 16 de novembro no
"becão" do centro histórico de Itu, ao lado do Museu da Energia. O
evento reuniu mais de 50 atrações artísticas no local, como dança,
música, fotografia, exposições, cinema, grafite, gastronomia e
teatro.
O projeto tem como objetivo sensibilizar o público sobre a
importância do "Beco" e da necessidade de seu uso e preservação e é
uma realização da produtora Motirõ Cultural, com apoio do Museu da
Energia.
Fotos: Divulgação
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