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Memória
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Rio Pinheiros em fotos - a história do antigo
Jeribatiba
Rios sempre foram um ponto de referência para o estabelecimento de
povoamentos desde as primeiras civilizações. E em São Paulo, essa
prática não foi diferente: a cidade surgiu e expandiu-se ao redor
e, muitas vezes, sobre os seus rios. Para contar a história da
Capital, é preciso conhecer como se deu a relação da cidade com o
ribeirão Anhangabaú e os rios Tamanduateí e Tietê, por exemplo.
Outro importante rio paulistano, o Pinheiros tem ganhado destaque
na mídia com as obras do artista plástico Eduardo Srur, que
objetivam tirar o curso da invisibilidade e conscientizar a
população sobre a importância de sua recuperação. Mas nem só de
intervenções artísticas viveu o Pinheiros: conheça, abaixo, um
pouco da história do antigo "Jeribatiba", que chegou a ter o curso
de suas águas revertido para a geração de energia.
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Planta-chave do serviço de fotografia aérea realizado no Pinheiros
em 1933, antes de sua retificação, revela toda a sinuosidade
original do rio, que nasce
na encosta da Serra do Mar e deságua no Tietê
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A Terra das Palmeiras Jerivás
Antes chamado de "Jeribatiba" ou "Jurubatuba" (em tupi-guarani,
"lugar onde há muitas palmeiras jerivás"), o rio mudaria de nome
com a criação, em sua margem direita, do aldeamento indígena
Pinheiros, organizado pelos jesuítas quatro anos antes da fundação
da vila de São Paulo de Piratininga (1560). Pioneiro, o agrupamento
de índios localizava-se em uma região rica em árvores araucárias,
chamadas popularmente de pinheiros-do-paraná. Rio de planície, o
Pinheiros possuía grande sinuosidade e navegabilidade, sendo usado
para o transporte de cargas. Ao longo dos séculos, em suas margens
surgiriam sítios, fazendas, pontes e moinhos. Mas o seu entorno só
abandonaria o caráter rural já no século 20, com a
retificação.
Projeto da Serra
Em 1907, aconteceria a primeira grande obra na bacia do Rio
Pinheiros: a construção da Represa Guarapiranga, com o objetivo de
aumentar a vazão do Tietê e, por consequência, a capacidade de
geração de energia da Usina de Parnaíba, responsável por abastecer
a Capital com eletricidade. No entanto, a Light, empresa
concessionária de energia à época, se veria às voltas com falhas na
distribuição, em parte ocasionadas pelo aumento da demanda, com o
crescimento da população, e do período de seca que seria registrado
em São Paulo a partir de 1924.
Assim, em 1926 seria elaborado o Projeto da Serra, que previa a
construção de uma barragem e usina hidrelétrica em Cubatão, ligadas
de forma artificial ao Rio Tietê. E esta união só seria possível
pelo "corredor" do Rio Pinheiros, que sofreria obras de
canalização, retificação e recalque, alterando de forma permanente
a sua paisagem natural. Executado entre 1937 e 1958, o
empreendimento também incluiria a construção da Usina de Traição,
capacitada para reverter o curso dos rios Tietê e Pinheiros e levar
suas águas até o Reservatório Billings-Rio das Pedras, na encosta
da Serra do Mar, para posterior geração de energia hidrelétrica na
Usina de Cubatão, que em 1964 passaria a ser chamada de Usina Henry
Borden.
Realizadas em torno de grande especulação imobiliária, as obras no
Rio Pinheiros transformariam a região e trariam fôlego à expansão
urbana da nascente metrópole. Sua retificação e canalização abriria
espaço para a inauguração, na década de 1950, de um novo ramal da
Estrada de Ferro Sorocabana; já em 1970, surgiriam as avenidas
marginais. As intervenções do passado no Rio Pinheiros, hoje
isolado e poluído, demonstram como a Capital precisa repensar sua
relação com os rios, e trazê-los de volta ao cotidiano de seus
moradores.
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Região do Morumbi em 1933. A Fundação Energia e Saneamento detém
um acervo de cerca de 650 lâminas e plantas-chaves
dos serviços de aerofotogrametria realizados na bacia do Rio
Pinheiros entre as décadas de 1930 e 1950 |
 
Nestas imagens da mesma região do Morumbi, de 1949 (foto 1) e 1956
(foto 2), já é possível observar a transformação da paisagem, com o
rio retificado
e suas margens ocupadas. À margem esquerda do rio, o Jockey Clube,
inaugurado em 1941
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Confluência dos rios Tietê e Pinheiros, em direção a Osasco.
S.d. |

Enchente do Rio Pinheiros no Sport Club Germânia, atual Esporte
Clube Pinheiros. 1929
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Construção da usina de recalque de Traição, situada no Canal
do Rio Pinheiros. S.d.
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A retificação: primeiro corte do Canal do Rio Pinheiros em direção
sul da
Avenida Cidade Jardim. No lado esquerdo, trabalhadores na margem
do rio. 1936
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Rio Pinheiros em direção Norte. 1960 |

Pinheiros hoje: grande concentração de poluição, numa tomada em
direção ao Itaim Bibi. Acervo Memória Sabesp. Foto de Odair
Faria
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Rede Museu da Energia
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Exposição fotográfica
revela universo particular
dos paulistanos
"O que as pessoas observam em uma cidade que não para?". É com esta
provocação que o Museu da Energia recebe, a partir do dia 25 de
outubro, a exposição fotográfica "Utopias: a cidade que eu quero
ver".
Idealizada pela VIA
CULTURAL - Instituto de Pesquisa e Ação pela Cultura, a mostra
reúne 40 fotografias que revelam universos particulares de São
Paulo registrados pelos próprios moradores da Capital, inspirados
pela ideia de utopia e da ressignificação da cidade e seus
espaços.
A seleção de imagens que compõem a exposição foi realizada a
partir de um concurso cultural promovido nas redes sociais,
convidando os paulistanos a pensarem na Cidade sob um olhar poético
e marcarem suas imagens com a hashtag #utopiasp. A ideia
foi de reunir visões múltiplas e cartográficas de São Paulo,
apresentando o cotidiano da população por meio de fotos que
capturem momentos inspiradores.
Instalada na área externa do Museu da Energia de São Paulo,
"Utopias: a cidade que eu quero ver" seguirá aberta até o dia 29 de
novembro, de terça a sábado, das 10 às 17 horas.
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Imagens revelam olhar de paulistanos sobre o seu universo
particular na Capital.
Foto de Jenifer Marques |
Espaço das Águas
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Fundação Energia
e Saneamento participa
do Festival Brooklinfest
No último sábado (18) e domingo (19), aconteceu a 20ª edição do
Brooklinfest, festival de rua realizado no quadrilátero das Ruas
Joaquim Nabuco, Barão do Triunfo, Princesa Isabel e Bernardino de
Campos, no bairro do Brooklin, na Capital. Nos dois dias, a
Fundação Energia e Saneamento promoveu no local uma tarde de
autógrafos com Ricardo Araujo e Mariângela Solia, autores do livro
"Guarapiranga 100 Anos", publicação recém-lançada pela instituição.
A mostra itinerante "Guarapiranga: uma represa centenária" também
foi exposta no evento.
Organizado pela AEMB - Associação dos Empreendedores e Moradores
do Brooklin, o festival reúne mais de 200 atrações entre música,
dança, teatro, circo, artesanato e gastronomia de diversas partes
do Estado de São Paulo, além de exposições e exibição de filmes ao
ar livre. O evento buscou como referência os festivais de rua
realizados na Alemanha, como o Oktoberfest e as quermesses locais,
tendo como proposta a convivência com a arte na construção da
cidadania.
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Fundação participa de festival no Brooklin que reuniu diversas
atrações
culturais ao ar livre |
Notícias
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Museu da Energia de Salesópolis celebra mês da criança com
atividades socioambientais
Para celebrar o Dia das Crianças, o Museu da Energia de Salesópolis
realiza, até o dia 31 de outubro, a atividade "Jogo da Água". A
ação educativa, voltada ao público infantil, será realizada ao
final das visitas monitoradas ao Museu, que abriga uma das usinas
hidrelétricas mais antigas do Rio Tietê.
No período, após a realização dos roteiros, os visitantes serão
divididos em grupos e participarão de um quiz a respeito dos
conteúdos abordados no passeio, que exploram as temáticas de rios,
bacias hidrográficas, enchentes, afluentes e estiagem. "A ação tem
como objetivo promover atividades extraclasses visando dar
oportunidades de lazer, sociabilidade educativa e consciência
ambiental às crianças", explica o educador Fernando
Maia.
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Após visita guiada pelo Museu, estudantes poderão participar
da
ação educativa "Jogo da Água". Foto de Caio Mattos
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Campanha nas redes sociais celebra 15 anos do Museu da Energia de
Itu
No dia 14 de dezembro, o Museu da Energia de Itu completa 15 anos.
Para celebrar o aniversário de sua unidade museológica mais antiga,
a Fundação Energia e Saneamento promove, na página do facebook da
Rede Museu da
Energia, a campanha "Memórias no Museu", convidando o público
que visitou a unidade a postar nas redes sociais, com a
hashtag #museuenergiaitu, fotos e depoimentos sobre sua
passagem pelo espaço nesses 15 anos de funcionamento.
Durante o mês de aniversário, o Museu promoverá diversas ações
educativas especiais, além de inaugurar a exposição inédita "A
iluminação pública segundo os ituanos", que apresentará o processo
de implantação e inauguração da iluminação pública em Itu sob a
perspectiva das notícias veiculadas nos extintos jornais locais
"República" e "Cidade de Ytu", que circulavam no período, além da
obra do jornalista e historiador ituano Francisco Nardy Filho,
publicada nas primeiras décadas do século 20.
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Museu da Energia de Itu completa 15 anos de funcionamento em
dezembro.
Foto de Caio Mattos |
ERRAMOS: Na edição anterior deste boletim, na
seção "Memória", foi publicada, erroneamente, uma imagem que seria
da Usina Nova Avanhandava, no Rio Tietê. Trata-se, na verdade, de
uma imagem da UHE Euclides da Cunha, no Rio Pardo. A imagem correta
da UH Nova Avanhandava pode ser conferida
aqui.
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Espaço das
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